quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

CONCURSO DEZEMBRO 2012



     O Núcleo de Educação e Formação de Adultos da Escola Básica e Secundária de Barroselas convida todos aqueles que sentem a Poesia desta época natalícia a associarem-se a mais uma iniciativa deste Centro.

     Contamos consigo!

     Leia, atentamente, o regulamento do Concurso e participe! As quadras poderão ser entregues até às 19h30 do dia 4 de Janeiro de 2013.


«A quadra é o vaso de flores que o Povo põe à janela da sua alma. Da órbita triste do vaso escuro, a peça exilada das flores atreve o seu olhar de alegria.

  Quem faz quadras portuguesas, comunga da alma do povo, humildemente de todos nós e errante dentro de si própria.»

Fernando Pessoa 

 

   Esteja atento ao Regulamento que será publicado amanhã neste blogue.

 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Até ao dia 9 de dezembro...

Colabore com o BANCO ALIMENTAR!

Faça o seu donativo on line!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Colabore com o BANCO ALIMENTAR!

 

Está em marcha mais uma campanha do Banco Alimentar!

A solidariedade é uma caraterística genuína dos portugueses que mesmo em tempos difíceis reconhecem como os pequenos gestos podem fazer a diferença!

  • Leite
  • Enlatados
  • Azeite
  • Óleo
  • Açucar
  • Cereais 
 Pode fazer o seu donativo nas superfícies comerciais aderentes ou através do endereço:

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Damos a palavra ao Professor Eng. Roberto Carneiro

O jornal Diário de Notícias está a publicar uma série de artigos e a dinamizar várias iniciativas em torno da educação.
Num desses artigos, Roberto Carneiro, professor da Universidade Católica e antigo ministro da Educação, admite que "não se tem reconhecido devidamente a figura do professor, ao invés do que sucede em sociedades como o Japão e defende que "é importante distinguir-se os professores, não pela competição mas como forma de distinguir os melhores, pela sua competência". O antigo presidente do júri do Prémio Anual do Professor, que terminou há dois anos, sublinha a importância dos docentes e assegura que falamos de "alguém que marca a personalidade de qualquer um". (DN)

publicado por Correio da Educação às 15:01


Marcantes na construção da personalidade dos alunos - Portugal - DN

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

FORMAÇÕES MODULARES CERTIFICADAS

Informamos os interessados que a partir de janeiro de 2013 terão início as Formações Modulares Certificadas.

Reforçando a importância do investimento na formação pessoal, ao longo da vida, a oferta formativa, neste domínio, é a seguinte:

Segurança e Higiene no Trabalho
  • Informática na óptica do utilizador - fundamentos (nível 4) - 25horas
  • Informática: folha de cálculo e base de dados (nível 4) - 25 horas
 Secretariado e Trabalho Administrativo
  • Língua Portuguesa - técnicas de escrita (nível 2) - 50 horas
  • Língua Portuguesa - comunicação empresarial (nível 4) - 50 horas
  • Gestão de correio electrónico e pesquisa na web (nível 4) - 25 horas
Construção Civil e Engenharia Civil
  • Introdução ao CAD - construção civil (nível 4) - 50 horas
Ciências Informáticas
  • Processador de texto (nível 2) - 50 horas
  • Folha de cálculo (nível 2) - 50 horas
Comércio
  • Folha de cálculo (nível 4) - 50 horas
Hotelaria e Restauração
  • Nutrição e dietética (nível 2) - 25 horas
  • Princípios da nutrição (nível 2) - 25 horas
  • Higiene e Segurança Alimentar (nível 2/4) - 25 horas
Artesanato
  • Técnicas de tapeçaria contemporânea (nível 4) - 50 horas
Aplicável a várias áreas
  • Ambiente, segurança higiene e saúde no trabalho (nível 2/4) - 25 horas
  • Língua inglesa - atendimento (nível 2/4) - 50 horas


                           

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Entrega de Diplomas 2012

     No decorrer do ano 2012, foram múltiplos os desafios que vieram confirmar como é imprescindível investir na Educação e Formação dos Adultos, nomeadamente, nesta área de influência educativa. 

     Pese embora pairando sob o espírito ecoe o indeferimento da candidatura financeira deste Centro Novas Oportunidades, munidos dos mais altos referenciais e cientes de que o "caminho faz-se ao andar", continuamos com firmeza a apoiar os adultos que se dirigem a este Centro em busca de novos horizontes que permitam alimentar a descoberta do prazer do investimento pessoal em percursos qualificantes... 

    Porque a Esperança move montanhas... fica o registo da cerimónia de entrega de Certificados e Diplomas dos adultos... 

     O mais sincero reconhecimento para todos os que conquistaram esta fase que os lança para olharem o Futuro em busca de uma nova META e a HOMENAGEM para todos os PROFISSIONAIS (professores/formadores, equipa técnica (profissionais RVC/TDE e técnica Administrativa), assistentes operacionais, administrativos...) que não pouparam esforços para impulsionar o melhor de cada pessoa/adulto que connosco palmilhou o seu processo de formação... A TODOS, à Direção do Agrupamento... o Nosso MUITO OBRIGADA!

domingo, 8 de julho de 2012

Para fazer PENSAR em várias frentes...

Um artigo do Dr. Eduardo Sá, publicado na Revista «PAIS E FILHOS»...
para ver, clique no endereço:



TUDO É ETERNO

«A escola é uma sala de estar. Tem de aconchegar! Um professor de verdade educa antes de ensinar e é por isso que muitos professores são, muitas vezes tios, mesmo não devendo, são um bocadinho pais.

1. Na verdade, nada é tão linear como parece. Nem as crianças são pequenas, nem os seus pais crescidos, como aparentam. Elas nem sempre crescem. E eles voltam, por dentro, muitas vezes, para trás. Com o tempo há quem se torne jovem. E quem, entre as oportunidades que tem para crescer, vacile e envelheça. Com o tempo, há quem se torne ingénuo e sábio, arrebatado, amável, terno ou buliçoso. E quem azede, adoçando a ira de euforia. Com o tempo há quem - de cada vez que muda queira começar do zero (como quem deixa de si quase tudo para trás). E há quem recrie tudo o que sabe, nunca partindo sem que leve aquilo que os outros teimam em deixar. Para quem envelhece nada é eterno. Para quem se recria tudo é para sempre. Quem envelhece morre todos os dias, um pouco mais. Quem se recria torna-se jovem, sempre que aprende.

2. Na verdade, nada é tão linear como parece. E é por isso que eu imagino que, um dia, a escola deixe as linhas direitas e se desarrume um bocadinho. E mais pareça uma praça muito grande, onde, a par de todas as matérias que as crianças tenham de aprender, haja um senhor, com bigodes retorcidos e rosetas afogueadas, tomando conta do sorriso, que as torne brincadoras. E lhes explique - devagarinho, se for preciso – que brincar é aprender. As crianças deviam ter recreios de compensação até que aprendessem a brincar. E ninguém as devia largar enquanto não abafassem berlindes, jogassem ao lenço ou à macaca, porque primeiro liga-se o corpo e aquilo que se sente e, só depois, o que se sabe com tudo o que se aprende. É por isso, certamente, que, ao contrário dos sabichões, os sábios nunca são enfadonhos. E um dia, para além da história que vem nos compêndios que cheiram bem, a D. Perpétua, que distribui graçolas com os jornais que vende, todos os dias, devia ensinar às crianças que, tão importante como a conjugação dos verbos e a gramática, a aritmética ou a matemática, é bom chorar no cinema, quando tem de ser. E só se aprende uma história, seja a de um rei ou a de um peixe com memória de grilo, por exemplo quando ela entra por nós sem nenhum «se faz favor!?...» e fi ca, em parte incerta, cavaqueando baixinho. E que o senhor do talho, que empurra o mundo com o avental, avalie com todo o rigor se cada criança é capaz de rir até às lágrimas, antes de ousar pegar no lápis e escrever aquilo que se acotovela na imaginação. Na verdade, o riso é amigo do espanto. E quem não se espanta nunca aprende que um problema é sempre muito mais importante do que qualquer solução. Ah! E se houver um Doutor Valeroso, de óculos descaídos, que não ensine o português antes de as crianças aprenderem a ir ao último capítulo, logo depois de passarem pela casa da partida, será demais. Como é bom atropelar a imaginação sempre que se adivinha! Sem nunca, mesmo nunca, confundir sonho e devaneio!
A escola é uma sala de estar. Tem de aconchegar! E precisa de explicar, ao mesmo tempo, que compreender não é condescender. E que um professor de verdade educa antes de ensinar e é por isso que muitos professores são, muitas vezes, tios e, mesmo não devendo, são um bocadinho pais. A escola devia ser, também, um banco de jardim. E devia pôr, no lugar da unicidade, a pluralidade: diversos professores, muitos amigos, os pais num entra e sai, mais a D. Perpétua, o senhor das rosetas e o homem do talho que educam melhor, e põem mais longe no olhar. A escola devia ter um cantinho, para cada um. E um diretor de turma devia dar poucas aulas. Muito poucas. E devia telefonar, a perguntar pela constipação da Constança e devia fechar a escola, sempre que uma criança se zangasse com ela e a abandonasse. E sempre que uma criança reprovasse duas vezes, devia considerá-la em perigo. Não tanto a criança, mas a escola e a família (que parecem distraídas, uma com a outra, e não a conhecem).

3. A escola é uma praça, uma sala de estar e um banco de jardim. E, com o tempo, devia tornar ingénuos e sábios, arrebatados, amáveis, ternos ou buliçosos todos aqueles que vacilam e envelhecem. Para quem envelhece nada é eterno. Para quem aprende tudo é para sempre.
A escola devia ter um cantinho, para cada um. O diretor de turma devia fechar a escola, sempre que uma criança se zangasse com ela e a abandonasse.»

terça-feira, 3 de julho de 2012

terça-feira, 26 de junho de 2012

FORMAÇÕES MODULARES CERTIFICADAS

Informamos os adultos interessados em aprofundar os seus conhecimentos/competências numa perspetiva atualizada e capaz de ajudar a fazer face às necessidades do mundo laboral que

a partir de Setembro terão início as Formações Modulares Certificadas.

Estejam atentos, em breve serão divulgadas mais informações!

 

domingo, 24 de junho de 2012

ESTUDAR DEPOIS DOS 23 ANOS

Na passada sexta-feira, no Programa SOCIEDADE CIVIL foi apresentado um excelente trabalho sobre este tema... Aqui fica a memória descritiva apresentada pela Equipa do Programa e retirada do Facebook

«Sexta-feira, 22 junho
Estudar depois dos 23

Maiores de 23 anos sem habilitação de acesso ao ensino superior podem candidatar-se a provas de avaliação que determinam a possibilidade de frequentar uma universidade. Avaliam-se competências, sem esquecer a apreciação curricular. São sobretudo estes dois itens que determinam quem pode ou não prosseguir os estudos. E atualmente, são os estabelecimentos de ensino os responsáveis por esta seleção.
Que provas são estas? Como pode candidatar-se? A que cursos? O que valorizam as universidades no currículo profissional?
E para quem pretenda concluir o ensino básico ou secundário que oferta existe?»

Aqui fica um documento para refletirmos sobre a importância da educação/formação ao longo da vida, nestes tempos em que assistimos a um desinvestimento na formação de adultos.

   Para ver o Programa, basta clicar no endereço:


http://www.rtp.pt/play/p44/e85548/sociedade-civil

terça-feira, 12 de junho de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

NO DIA DA CRIANÇA

Em Louvor das Crianças  


«Se há na terra um reino que nos seja familiar e ao mesmo tempo estranho, fechado nos seus limites e simultaneamente sem fronteiras, esse reino é o da infância. A esse país inocente, donde se é expulso sempre demasiado cedo, apenas se regressa em momentos privilegiados — a tais regressos se chama, às vezes, poesia. Essa espécie de terra mítica é habitada por seres de uma tão grande formosura que os anjos tiveram neles o seu modelo, e foi às crianças, como todos sabem pelos evangelhos, que foi prometido o Paraíso.
 
A sedução das crianças provém, antes de mais, da sua proximidade com os animais — a sua relação com o mundo não é a da utilidade, mas a do prazer. Elas não conhecem ainda os dois grandes inimigos da alma, que são, como disse Saint-Exupéry, o dinheiro e a vaidade. Estas frágeis criaturas, as únicas desde a origem destinadas à imortalidade, são também as mais vulneráveis — elas têm o peito aberto às maravilhas do mundo, mas estão sem defesa para a bestialidade humana que, apesar de tanta tecnologia de ponta, não diminui nem se extingue. 

 
O sofrimento de uma criança é de uma ordem tão monstruosa que, frequentemente, é usado como argumento para a negação da bondade divina. Não, não há salvação para quem faça sofrer uma criança, que isto se grave indelevelmente nos vossos espíritos. O simples facto de consentirmos que milhões e milhões de crianças padeçam fome, e reguem com as suas lágrimas a terra onde terão ainda de lutar um dia pela justiça e pela liberdade, prova bem que não somos filhos de Deus.»



                                                                                       Eugénio de Andrade, in: 'Rosto Precário'







Panorama da atividade desenvolvida pela Associação de Pais e Encarregados de Educação

domingo, 27 de maio de 2012

Banco Alimentar

Para conhecer melhor o projeto e caso queira colaborar... é só à distância de um clique!
Aqui fica disponível o endereço:

Banco Alimentar

Campanha "Ajuda Vale"
Em simultâneo com a campanha tradicional de recolha vai ainda decorrer até 3 de Junho a campanha "Ajuda Vale", em todas as lojas das cadeias Dia/Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Continente e Pingo Doce.

Nesses estabelecimentos serão disponibilizados, em suportes próprios, vales de produtos seleccionados (como azeite, óleo, leite, salsichas e atum). Cada cupão representa uma unidade do produto (por exemplo, "1 litro de azeite", "1 litro de leite", etc.). Este cupão, para além de mencionar que se trata de uma entrega destinada aos Bancos Alimentares Contra a Fome, refere de forma clara a identificação do tipo de produto, a respectiva unidade e inclui um código de barras próprio, através do qual é efectuado o controlo das dádivas. Ao efectuar o pagamento, o dador entrega o cupão "Ajuda Vale" na caixa registadora e os produtos ficam claramente identificados no talão de caixa. A logística de transporte para os Bancos Alimentares contra a Fome fica a cargo de cada uma das cadeias de distribuição.

Através desta nova modalidade, cuja execução será auditada externamente, os Bancos Alimentares Contra a Fome conseguirão chegar à quase totalidade das localidades do País, promovendo ainda mais uma lógica de proximidade e de facilidade de contributo.


in: http://www.bancoalimentar.pt/home 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

«PIJAMAS PARA O HOSPITAL»

   O Centro Novas Oportunidades da Escola Básica e Secundária de Barroselas convida todas as pessoas a participar no projeto " 3 x Solidário", promovido por uma turma do 5.º Ano da Escola Sede do Agrupamento que com esta iniciativa pretende apoiar o Serviço de Pediatria do Hospital de Viana do Castelo através da doação de pijamas, roupa interior, fatos de treino, roupa informal... para as crianças e jovens internados neste serviço.

   Podem colaborar angariando roupas novas ou usadas, mas em bom estado, de que já não necessitem entregando-as no Centro Novas Oportunidades ou no PBX da escola.

     Esta campanha termina no final do mês de maio. Agradecemos os vossos contributos e apoio nesta causa.

(RE)Pensar e preciso

Continuamos a transcrever o estudo apresentado pelo Eng. Roberto Carneiro, que no estudo intitulado «2020: 20 Anos para Vencer 20 Décadas de Atraso Educativo - Síntese do Estudo» nos deixa um panorama dos desafios educacionais a enfrentar nos próximos anos... Vamos publicar, nos próximos dias, excertos do Capítulo III, Seis temas canónicos.

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4. Nós e os Outros

     «Sendo portadora dos mais representativos fundamentos humanistas e cristãos - aliás, uma referência constante aos escritos de Agostinho da Silva, designadamente na sua exegese trintária e pneumatológica - "a identidade portuguesa deu-se ao mundo sem retorno com base numa língua plástica e dúctil, alma cromática, pátria sem território, reino comunal feito de iguais, que se realiza no Bellum sine bello, História sem tempo e que se vê ultrapassada em permanência, lema do Brasão - nobre e fidalgo - cantado pelo poeta da nossa eternidade e do Quinto Império.
     Aprender diferentemente - seja na Internet, seja em comunidades reais ou virtuais - significa retomar esse diálogo nos dois mundos que se reparte a alma portuguesa: a endonomia e a heteronomia.
     A alteridade está omnipresente na formação da identidade nacional. "Sê plural como o Universo" é o sublime mandato pessoano.
     Ele contem um ideário nítido para sulcar oceanos do futuro. Acarinhar a Língua Pátria, antes de mais, dotando todos os portugueses dos conhecimentos para a comunicar com propriedade e sentido ético. Dito isto, é também imperioso que os processos educativos cultivem sem restrição o domínio de outras línguas e códigos culturais.
     Os portugueses sempre se agigantaram quando souberam encetar encontros de povos e culturas. O desenvolvimento de competências de mediação intercultural não poderá, assim, deixar de ocupar um lugar cimeiro nas estratégias educacionais.
     Uma das interpretações possíveis para o desinvestimento educativo português no século XIX foi a relativa homogeneidade da população, em contraste com o desafio da construção da unidade em sociedades plurilinguísticas e multiculturais, como era regra em quase toda a Europa. No nosso país, a aposta na escola como instrumento ideológico de conformação do Estado-nação não se revelou decisiva. Decorrido todo este tempo, surge agora como que um desafio complementar: o de fazer da escola um lugar de construção de capital social e de coesão comunitária, no respeito pela diversidade humana e na celebração da riqueza multicultural.
     A confiança para o diálogo com os outros brotará, então, da construção de projectos pessoais favorecedores de identidades fortes e abertas ao diferente.»

Carneiro, Roberto (2000), «2020: 20 Anos para Vencer 20 Décadas de Atraso Educativo - Síntese do Estudo»
 in:O Futuro da Educação em Portugal Tendências e Oportunidades - Um estudo de reflexão prospectiva, tomo I, Lisboa: ME, 
pp. 42 - 43.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

(RE)Pensar é preciso

Continuamos a transcrever o estudo apresentado pelo Eng. Roberto Carneiro, que no estudo intitulado «2020: 20 Anos para Vencer 20 Décadas de Atraso Educativo - Síntese do Estudo» nos deixa um panorama dos desafios educacionais a enfrentar nos próximos anos... Vamos publicar, nos próximos dias, excertos do Capítulo III, Seis temas canónicos.

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3. Um Lugar de Civilização

«Num cenário orientado para a valorização da soberania comunitária a escola e a universidade reocupam um lugar central no espaço da polis.

Revigoradas pela aceitação de novas missões - designadamente no que interessa à concretização de um sistema de educação e aprendizagens vitalícias - as instituições educacionais são um centro cívico por excelência, um locus do sonho comunitário, um fulcro de vida cidadã.

A qualidade da vida urbana e a harmonia das pulsões de comunidade podem ter a escola como coração. Uma escola que, ela mesmo, representa um núcleo de qualidade de vida e de excelência no diálogo espácio-temporal em que está mergulhada.

Conhecimento, Cultura e Confiança - factores C3 - formam uma trilogia indispensável numa cidade centrada nos saberes e determinada a construir propósito e sentido para os seus habitantes. Assim, uma cidade do conhecimento e da informação é aquela que desenvolve nas suas comunidades constituintes uma verdadeira cultura aprendente, sustentada na curiosidade, no estudo, na pesquisa pessoal, no sentido do risco e no gosto pela apropriação do novo.

Cidade, cidadania, civilização radicam num mesmo étimo. São declinações de um único desafio para as próximas décadas.

São discerníveis, pelo menos, cinco dimensões fundamentais da cidadania que a escola não pode deixar de ensinar: democrática, social, paritária, intercultural e ambiental. Estas dimensões são estruturantes da cidade da aprendizagem, tema que foi vincadamente tratado num dos grupos de estudo e que vem glosado na síntese transversa respeitante às dinâmicas de contexto.

Educar na e pela qualidade é um contributo imprescindível para a prossecução desse magno desafio.

Só assim é que a escola poderá desempenhar um papel renovado de qualificação da vida urbana

Carneiro, Roberto (2000), «2020: 20 Anos para Vencer 20 Décadas de Atraso Educativo - Síntese do Estudo»
 in:O Futuro da Educação em Portugal Tendências e Oportunidades - Um estudo de reflexão prospectiva, tomo I, Lisboa: ME, 
pp 41-42.
 

Fórum TSF


A TSF, hoje, promoveu o debate sobre a Iniciativa Novas Oportunidades no Fórum TSF. Porque é importante emitir juízos de valor fundamentados, assentes quer na investigação rigorosa dos factos, quer na experiência acumulada e aberta a novos horizontes de interpretação, publicamos o link que dá acesso a este debate. Para aceder, basta clicar no endereço.

O seu conteúdo também é importante para avaliar os "esquemas mentais" que configuram as nossas tomadas de posição e o impacto que os meios de comunicação têm na sua construção.

Boa audição e... reflexão!


«No Fórum TSF, queremos ouvir a sua opinião e o seu testemunho sobre o projecto Novas Oportunidades. Este projecto, que foi bandeira do Governo PS mas que viu a sua validade questionada pelo actual Governo, contribuiu para a qualificação profissional? Ajudou os portugueses no emprego?»

http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=2528177 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

FORMAÇÕES MODULARES CERTIFICADAS

Umas palavras para todos os adultos aprendentes que ao longo dos últimos meses têm contactado o Centro Novas Oportunidades no intuito de conhecer quando terão início as acções de formação modular nesta Escola.

Conforme temos informado, aguardamos ainda o resultado das candidaturas não se antevendo, de momento, indicação para o arranque deste projeto de formação.
 
A qualquer momento podemos ter novidades, assim, estejam atentos ao blogue... aqui anunciaremos o início deste projeto, dando desta forma resposta a todas as pessoas que descobriram a mais-valia duma aposta sustentada na qualificação e educação ao longo da vida.

Não deixem de nos contactar, para qualquer esclarecimento!

Esperamos por si e não esqueça...

Aprendemos todos,
aprendemos sempre,
Aprender, compensa!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Seminário: Percursos Educativos e Vidas dos Adultos


Decorreu hoje, dia 27 de abril de 2012, o seminário «Percursos Educativos e Vidas dos Adultos», iniciativa organizada pela ATAHCA em parceria com a Unidade de Educação de Adultos da Universidade do Minho tendo como base o estudo que pretendeu avaliar o impacto das atividades realizadas pelo Centro Novas Oportunidades da ATAHCA nos percursos de educação e formação de adultos.

Constituído por um excelente painel de oradores, registamos a intervenção do Professor Luís Rothes quando assinala como mérito da Iniciativa Novas Oportunidades colocar a educação de adultos na agenda política.

Pese embora as diferentes posições existentes em relação à educação de adultos em Portugal, importa tomar consciência da presença de uma visão conservadora, liberal. Faz falta um discurso crítico dos processos de RVCC. Faz falta um discurso crítico no espaço público. Um discurso que preserve a educação de adultos dum espaço meritocrático.


No entender do Professor Luís Rothes, através do processo RVCC conseguiu-se envolver os adultos em processos de educação e formação nos diferentes cantos da sociedade portuguesa (chegou-se aos bairros mais degradados, aos adultos que não tinham concluído os seus percursos formativos).


Conquistar a participação dos adultos não é tarefa fácil, exige um empenhamento cívico, político, sério.


Várias questões foram colocadas:
  • Como é possível aceitar o ataque ao trabalho meritório que tem sido realizado?
  • Qual é o efeito do ataque publicamente feito ao trabalho realizado?
  • Que se fez?
  • Qual é a importância simbólica do diploma escolar?
Encarando com frontalidade que não podemos alimentar expectativas que não correspondam à realidade dos adultos, será importante pensar nas implicações que a ausência de um Diploma acarreta na vida dos adultos, sobretudo numa matriz socio-cultural que tanto o valoriza.
  • Estão vedados os melhores empregos.
  • Não vivem nos mesmos lugares, nem frequentam os mesmos espaços dos colegas que tiveram a possibilidade de concluir os seus processos de educação/formação.
  •  Mais ainda, os impactos prolongam-se atingindo as gerações futuras, atinge os próprios filhos...
     Muito mais haveria a dizer. Da participação neste encontro fica a confirmação da importância deste tipo de encontros para fomentar espaços de debate e reflexão, tão necessários e enriquecedores quando estamos imbuídos numa práxis tão absorvente que o lugar da reflexão fica confinado ao acaso/necessidade.
     Como referiu o Professor Licínio Lima, a riqueza da educação de adultos está na sua relação plurifacetada, pluriperspectivada. Só se ganha na intersecção destas visões. Temos entidades sem memória na educação de adultos, com um lastro que permita reflectir e evoluir nas suas práticas.
    O silêncio que paira face ao encerramento de tantos Centros Novas Oportunidades evidencia que ainda não consolidamos uma história de Educação e Formação de Adultos... 

     Este é o tempo favorável para avaliar o impacto real desta Iniciativa junto dos adultos e dos profissionais que se dedicaram com afinco a este projecto. Pode ser um momento privilegiado se existir a coragem de evitar o isolamento e promover um trabalho colaborativo, autêntico, em redes movidas pelo desejo de tornar a educação, para cada pessoa, adulto aprendente, o "tesouro a descobrir" ao longo da vida! 



quinta-feira, 26 de abril de 2012

(RE)Pensar é preciso...

Continuamos a transcrever o estudo apresentado pelo Eng. Roberto Carneiro, que no estudo intitulado «2020: 20 Anos para Vencer 20 Décadas de Atraso Educativo - Síntese do Estudo» nos deixa um panorama dos desafios educacionais a enfrentar nos próximos anos... Vamos publicar, nos próximos dias, excertos do Capítulo III, Seis temas canónicos.

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2. Todos a Vencer


«A filosofia educativa aceita, sem receio nem temor, a necessidade de estimular a excelência e de premiar o mérito.

Os princípios da equidade - em si mesmos, justos e necessários - não podem ser entrave à natural expressão do valor pessoal e à sua atempada estimulação, sob risco de se cometerem injustiças socialmente intoleráveis.

Os valores de competição, que imperam na economia de mercado, terão de ser compatíveis com valores de humanismo que um sistema educativo solidário não pode descurar. Resulta, então, imprescindível a formação para ocupar um lugar activo num mercado com regulação. A formação para o empreendorismo e para o risco transforma-se numa meta almejada e num propósito educativo claro.

Neste enquadramento, a educação para a justiça impõe-se como uma prioridade alta e reflexão sobre as contingências da condição humana ocupa um lugar nevrálgico no equilíbrio geral dos conteúdos escolares.

A inclusividade educativa é parte indissociável do pacto de desenvolvimento humano e social a sustentar no tempo. Uma nova ordem educativa transporta a esperança de superar o paradigma "contraditório" do modelo industrial de educação.

A cooperação para a competitividade passará a inspirar as metodologias educativas desde a mais tenra idade. Os processos de disseminação de conhecimento tácito aproveitarão os ambientes particularmente propícios à cooperatividade e à formação para a entreajuda.

Funcionando tanto quanto possível integrados em redes e partenariados os processos de aprendizagem serão geradores de capital social na exacta medida em que saibam compaginar a iniciativa individual com a colaboração social e comunitária.

Do mesmo modo, na medida em que os processos educativos contribuam para o reforço da coesão social eles estarão a enriquecer a qualidade da vida comunitária e a estabelecer os fundamentos efectivos do desenvolvimento sustentável.» 

Carneiro, Roberto (2000), «2020: 20 Anos para Vencer 20 Décadas de Atraso Educativo - Síntese do Estudo»
 in:O Futuro da Educação em Portugal Tendências e Oportunidades - Um estudo de reflexão prospectiva, tomo I, Lisboa: ME, 
pp 40-41.

Participação dos formandos na Semana Cultural

Em articulação com a Biblioteca Escolar, duas formandas do curso de «Português para falantes de outras línguas» integraram o painel de convidados da tertúlia A Falar é que a Gente se Entende. Com a Biblioteca repleta de alunos, tivemos a OPORTUNIDADE duma ponte construir estabelecendo laços com a Ucrânia, terra natal de Valentina Bikova e Iryna Melnikova.




 Em clima de Festa tornou-se possível conhecer o maior vulto da poesia ucraniana, Tarás Shevtchenko, imortal Cantor da Liberdade, pintor, desenhador, artista, humanista... Dos seus poemas escutamos:

Testamento

Do original:

ЗАПОВІТ

Як умру, то поховайте
Мене на могилі,
Серед степу широкого,
На Вкраїні милій,
Щоб лани широкополі,
І Дніпро, і кручі
Було видно, було чути,
Як реве ревучий.

Як понесе з України
У синєє море
Кров ворожу... отоді я
І лани і гори —
Все покину і полину
До самого бога
Молитися... А до того —
Я не знаю бога.

Поховайте та вставайте.
Кайдани порвіте
І вражою злою кров'ю
Волю окропіте.
І мене в сім'ї великій,
В сім'ї вольній, новій
Не забудьте пом'янути
Незлим тихим словом.
 

Testamento

Quando eu morrer, sepultem-me
numa colina
no meio à estepe ampla,
na amada Ucrânia,
Para que eu possa ver
os vastos campos semeados,
o Dnipró, as escarpas
e ouvir como ruidoso, ele ruge!

Quando for levado da Ucrânia
ao mar azul,
o sangue inimigo...eu tudo deixarei,
campos, montes ....
e até a Deus voarei para rezar.
mas até então... a Deus desconheço!

Sepultem-me e levantem-se,
quebrem as algemas
e com o mau sangue inimigo
reguem a liberdade!
E não deixem de recordar-me
na grande família,
na família livre, nova,
com uma boa,
suave palavra!
 

terça-feira, 24 de abril de 2012

25 de Abril... 2012




Manuscrito de Sophia de Mello Breyner Andresen 
 Biblioteca Nacional



Para conhecer mais...
http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=HomePage
http://old.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=1094
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_dos_Cravos


Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), pintora de origem portuguesa, nasceu em Lisboa, no seio de uma família que cedo estimulou o seu interesse pela pintura, pela leitura e pela música, filha única de Marcos Vieira da Silva e Maria da Silva Graça.
in: CENTRO VIRTUAL CAMÕES - FIGURAS DA CULTURA PORTUGUESA



CANTIGA DE ABRIL
 
Às Forças Armadas e ao povo de Portugal
«Não hei-de morrer sem saber qual a cor da liberdade»

Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
Quase, quase cinquenta anos
reinaram neste pais,
e conta de tantos danos,
de tantos crimes e enganos,
chegava até à raiz.
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
Tantos morreram sem ver
o dia do despertar!
Tantos sem poder saber
com que letras escrever,
com que palavras gritar!
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
Essa paz de cemitério
toda prisão ou censura,
e o poder feito galdério.
sem limite e sem cautério,
todo embófia e sinecura.
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
Esses ricos sem vergonha,
esses pobres sem futuro,
essa emigração medonha,
e a tristeza uma peçonha
envenenando o ar puro.
Qual a cor da liberdade?
É verde. verde e vermelha.
Essas guerras de além-mar
gastando as armas e a gente,
esse morrer e matar
sem sinal de se acabar
por politica demente.
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
Esse perder-se no mundo
o nome de Portugal,
essa amargura sem fundo,
só miséria sem segundo,
só desespero fatal.
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
Quase, quase cinquenta anos
durou esta eternidade,
numa sombra de gusanos
e em negócios de ciganos,
entre mentira e maldade.
Qual a cor da liberdade?
E verde, verde e vermelha.
Saem tanques para a rua,
sai o povo logo atrás:
estala enfim altiva e nua,
com força que não recua,
a verdade mais veraz.
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.

26-28(?)/4/1974

                                                                                                   Jorge de Sena

segunda-feira, 23 de abril de 2012

(Re)Pensar, é preciso...

Convocamos a palavra escrita sob a luz do pensador, Eng. Roberto Carneiro, que no estudo intitulado «2020: 20 Anos para Vencer 20 Décadas de Atraso Educativo - Síntese do Estudo» nos deixa um panorama dos desafios educacionais a enfrentar nos próximos anos... Vamos publicar, nos próximos dias, excertos do Capítulo III, Seis temas canónicos.

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1. Os Portugueses e os Saberes

«Imaginar a educação do futuro é indiscernível de reflectir sobre a relação entre os portugueses e os saberes.

Essa foi sempre uma relação de ternura e de veneração, mau grado as vicissitudes políticas da história.

A detenção de saber certificado funcionou invariavelmente como bilhete de entrada para os escalões superiores da pirâmide social. O imaginário familiar projectou, de geração em  geração ambições e esperanças na educação dos filhos e dos netos. A estratificação das estruturas ocupacionais reservou os melhores empregos para os mais sonantes diplomas, não necessariamente para os empregados mais meritórios. A função pública é ainda o espelho arcano da prevalência do diploma - "canudo" na linguagem vernacular - sobre a avaliação de mérito. A sociedade estatutária reproduziu rendas continuamente elevadas para a minoria detentora de saberes certificados cuja erosão só é possível numa sociedade meritocrática.

A oportunidade perdida na juventude só seria susceptível de ser recuperada na geração seguinte, salvo honrosas excepções. gerações sucessivas de portugueses aceitaram submissamente essa fatalidade, sem vislumbrar alternativa.

A verdade é que os próximos 20 anos vão ter de operar uma radical modificação neste entendimento estático sobre a educação. Há uma revolução a operar na mentalidade das pessoas e na cultura das organizações.

A educação vitalícia é sinónimo de uma escola à conquista de novos públicos, de uma universidade que capricha em acompanhar os seus diplomados ao longo da vida pessoal e profissional, da construção de um sistema aberto e flexível - com múltiplas entradas e saídas - que faz da proximidade e da articulação com a vida real um factor permanente de auto-renovação.

Vista pelo lado da pessoa que aprende, a educação vitalícia representa, no mínimo, quatro desafios conjugados concretizados nas capacidades de:
  • Extrair conhecimento da informação.
  • Construir sabedoria a partir do conhecimento.
  • Compreender o esplendor da vida contido no viver.
  • Fruir p prazer de aprender na partilha e na comunicação.
A relação saberes-conhecimentos-competências é dinâmica. Ela tem lugar em instituições educativas que se transfiguram em unidades de ensino em centros de aprendizagem inter e multigeracional. As escolas e universidades são, elas próprias, organizações aprendentes e os professores aceitam o desafio de liderar a sociedade que aprende em continuidade.
A investigação levada a cabo  ligando tendências mundiais e europeias às novas exigências de competências necessárias e de perfis profissionais desejáveis é muito elucidativa. A mudança em curso, quer na organização do trabalho, quer no funcionamento das sociedades demanda aptidões de adaptação e de inovações cada vez mais críticas. (...)
Num contexto de saberes digitais e de novas competências criativas, cada personalidade é estimulada a conquistar a sabedoria das sínteses e a buscar o sentido das coisas. Os saberes codificados vão de par com os saberes tácitos. A dignidade do aprender fazendo é plenamente reconhecida e acreditada.
No decurso das próximas décadas todos os que evidenciam potencial de aprendizagem são encorajados a transformá-lo em acto educativo, sem limitação de condição ou de formação inicial. O sistema empenha-se na reabilitação de gerações abandonadas. Mediante a expansão da auto-estima e confiança dos seus membros - principalmente dos que foram objecto de mais extrema exclusão - superar-se-ão traumas escolares e possibilitar-se-ão novas aprendizagens.
A educação vitalícia é a alavanca para o conseguir.» 

Carneiro, Roberto (2000), «2020: 20 Anos para Vencer 20 Décadas de Atraso Educativo - Síntese do Estudo»
 in:O Futuro da Educação em Portugal Tendências e Oportunidades - Um estudo de reflexão prospectiva, tomo I, Lisboa: ME, 
pp 38-40.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Antero de Quental - 170.º aniversário do seu nascimento

Recordando o Poeta, o Filósofo, o Político

Solemnia Verba  

Disse ao meu coração: Olha por quantos
Caminhos vãos andámos! Considera
Agora, desta altura, fria e austera,
Os ermos que regaram nossos prantos...

Pó e cinzas, onde houve flor e encantos!
E a noite, onde foi luz a Primavera!
Olha a teus pés o mundo e desespera,
Semeador de sombras e quebrantos!

Porém o coração, feito valente
Na escola da tortura repetida,
E no uso do pensar tornado crente,

Respondeu: Desta altura vejo o Amor!
Viver não foi em vão, se isto é vida,
Nem foi demais o desengano e a dor.

Antero de Quental, in "Sonetos"



Evolução                         
 Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...

Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...

Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...

Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.

Antero de Quental, in "Sonetos"

Para saber mais: